Por Otavio Brissant 

Inicialmente, faz-se necessário explicitar o que se segue:

O presente artigo visa trazer o ponto de vista doutrinário daqueles que entendem que a evolução da Inteligência Artificial irá gerar desemprego e redução da qualidade de vida dos trabalhadores.

Bom dizer, desde logo, que há doutrina em sentido contrário, ou seja, há autores que defendem que a Inteligência Artificial irá aumentar os cargos de trabalho e melhorar a vida dos funcionários das empresas.

Noutro sentido, ainda há doutrina escrita afirmando que o mercado de trabalho continuará o mesmo, somente mudando a forma de como os funcionários trabalham hoje em dia.

Tendo isso em mente, passamos aos esclarecimentos sobre o que acontecerá no mercado de trabalho com a utilização da Inteligência Artificial, embasados naqueles que defendem a redução do emprego.

Embora a automação e a eficiência proporcionadas pela Inteligência Artificial possam trazer muitos benefícios, também há preocupações crescentes sobre o impacto dessa tecnologia no mercado de trabalho e nos direitos dos trabalhadores.

Em muitos setores, a Inteligência Artificial está sendo usada para automatizar tarefas que antes eram realizadas por humanos, como o atendimento ao cliente, análise de dados e até mesmo diagnóstico médico. À medida que a Inteligência Artificial se torna mais sofisticada, muitas tarefas podem ser realizadas com maior rapidez e precisão, quando comparado àquelas feitas pelos seres humanos.

Parte dos autores que tratam do tema entendem que automação acima mencionada pode levar à perda de empregos em muitos setores. Algumas estimativas sugerem que até 30% dos empregos nos Estados Unidos podem estar em risco devido à automação nos próximos 10/ 15 anos. Isso pode levar a uma maior desigualdade econômica e social, eis que aqueles que trabalham em setores afetados pela automação podem ter dificuldade em encontrar empregos semelhantes em outros setores.

Além disso, a automação também pode levar a uma maior exploração dos trabalhadores. Isso porque, à medida que as empresas usam a Inteligência Artificial para automatizar tarefas, elas podem buscar reduzir o número de funcionários e aumentar o volume de trabalho daqueles que permaneceram nas empresas. Isso pode gerar maior pressão e estresse nos trabalhadores, além de afetar, negativamente, sua saúde e bem-estar.

Para proteger os direitos dos trabalhadores, é necessário pensar em soluções para garantir que a Inteligência Artificial seja usada de maneira responsável e justa. Uma das soluções propostas é o fornecimento de educação e treinamento para os trabalhadores em setores afetados pela automação, para que os trabalhadores possam adquirir novas habilidades e se adaptar às mudanças no mercado de trabalho.

Outra solução é a implementação de leis e regulamentações que garantam que a Inteligência Artificial seja usada de maneira justa e transparente. Por exemplo, alguns países já implementaram leis que exigem que as empresas forneçam explicações claras e compreensíveis sobre como a Inteligência Artificial é usada em seus processos de tomada de decisão. Isso pode ajudar a garantir que as decisões tomadas pela Inteligência Artificial sejam justas e imparciais.

Também é importante garantir que os trabalhadores sejam protegidos por leis trabalhistas adequadas que levem em consideração o impacto da Inteligência Artificial no mercado de trabalho. Isso pode incluir a criação de regulamentações que estabeleçam limites para a automação em certos setores ou tarefas ou o fornecimento de proteções adicionais para trabalhadores afetados pela automação.

Em resumo, a Inteligência Artificial tem o potencial de trazer muitos benefícios para as empresas e a sociedade em geral, mas também pode afetar negativamente os trabalhadores e a economia. É importante pensar em soluções para garantir que a Inteligência Artificial seja usada de maneira responsável e justa, para que possamos maximizar seus benefícios e minimizamos seus impactos negativos.